Self Service BI .:. Primeiros Passos .:.

Self Service BI .:. Primeiros Passos .:.

Business Intelligence é visto de diversas formas nas empresas, podendo ser uma “pessoa”, uma área, uma diretoria ou mesmo o negócio fim da companhia. Em todas as perspectivas seu valor é reconhecido, por se tratar da estrutura responsável pelos modelos de análises e disponibilização de visões para tomada de decisão quanto ao negócio, podendo ter foco estratégico, tático e/ou operacional.

Desde sua concepção formal nos anos 80, viabilizar modelos e visões de negócio na velocidade necessária sempre foi uma tarefa complexa. Seja por aquilo que se imaginava como solução final ou pelas restrições inerentes às tecnologias disponíveis. Geralmente era difícil atender às expectativas em sua totalidade.

Todo esse cenário pode estar com os dias contados, ou pelo menos parte dele.

Os avanços da tecnologia nos últimos anos nos trouxeram excelentes smartphones e a facilidade em compartilhar nossa rotina em redes sociais. Também permitiu às corporações subir mais um degrau na inclusão digital, com novas alternativas que possibilitam tirar as ideias do papel com mais velocidade, dando maior autonomia por meio de soluções amigáveis e acessíveis.

Neste contexto, dentro das empresas, as áreas não especialistas em tecnologia passam a ter à sua disposição ferramentas que possibilitam criar soluções para visualizar e apresentar seus dados de forma estruturada, podendo analisar e compartilhar pela intranet ou internet, de maneira simples e rápida, diminuindo, nesta etapa, a dependência de uma área especialista em tecnologia da informação. Este modelo de trabalho vem sendo chamado de Self Service BI.

Mais do que ter a ferramenta adequada, aplicar Self Service BI exige atitude e disciplina. Tendo consciência e dando ciência aos interessados sobre os ganhos potenciais e as dificuldades conhecidas, o caminho pode se abrir mais rapidamente, o que não significa que a tarefa se torne menos árdua.

Pensando em primeiros passos, o Self Service BI parte de 3 princípios básicos:

  1. Veracidade do dado;
  2. Geração da análise;
  3. Governança da informação.

Onde para cada princípio, pode-se destacar:

  1. Veracidade do dado: conhecer e entender os controles de qualidade existentes desde a geração, captação, transformação e disponibilização do dado para uso, atento à sua origem, fontes existentes e sua latência. Ter mapeado os processos manuais e automáticos existentes durante o processo de preparação do dado, bem como as regras aplicadas.
  2. Geração da análise: ter clareza quanto à taxonomia e experiência com as variantes usuais do negócio, bem como as possibilidades de agregação, cálculos viáveis, bases comparáveis e saber aplicar a visão gráfica adequada para determinada necessidade de análise e visão de negócio.
  3. Governança da informação: definir os responsáveis pelos dados e informações existentes na corporação, seus donos, gestores, aqueles que poderão acessá-los, meios de acesso, que tipo de uso e disponibilização poderá ser feito. Declarar alçadas e entender se o segmento de atuação da empresa deve observar alguma regulação vigente.

Além disso, quem e como poderá ser realizada a aquisição de novos dados para a companhia deve ser claramente definido, considerando a possibilidade de enriquecimento da base de análise (maiores detalhes podemos tratar em outro momento).

A comunicação com as camadas decisórias deve ser estreitada, a fim de aumentar a assertividade na entrega das visões e análises. Organização e planejamento são imprescindíveis, tendo clareza daquilo que se espera construir e o caminho que será trilhado, garantindo o envolvimento das áreas participantes da cadeia produtiva e sua área de tecnologia da informação, não ignorando o que já existe disponível para uso, entendendo, classificando e divulgando o que é novo, passível de melhoria e obsoleto.

Passar pelo crivo das áreas que compõem a cadeia produtiva consolida o resultado, permitindo clarificar detalhes muitas vezes inobservados, além de trazer o reconhecimento da legitimidade do trabalho e sua proposição de valor para a corporação.

Competências técnicas devem ser desenvolvidas e expandidas. Seja pela necessidade de passar a dominar as novas ferramentas e conceitos, até mesmo pela necessidade de uma boa dose de matemática aplicada ou estatística básica.

O exercício de entender e atender às novas necessidades da corporação, aos poucos, trará maturidade ao processo. Os primeiros entregáveis servem de base para catalogar as lições aprendidas, possibilitando evoluir no processo decisório, compreensão do ciclo de vida, ferramentas, definição dos participantes e marcos necessários para viabilizar novos entregáveis usando o modelo de Self Service BI.

De fato, é um momento novo e vale lembrar que com novos poderes, vêm novas responsabilidades. 🕷